Estima-se a existência de mais de 200 tipos de cefaléia, e, em diversos deles, há predominância pelo sexo feminino, caso da enxaqueca que acomete 17% das mulheres e apenas 6% dos homens.
A diversidade dos tipos de cefaléia, afirma a médica Célia Roesler, da Academia Brasileira de Neurologia, exige um cuidado maior na hora de detectar o problema.
"É preciso procurar um neurologista e fazer um diagnóstico completo. Se a pessoa sofre de cefaléia freqüentemente, tem que começar a anotar a quantidade de vezes em que toma analgésicos, a localização da dor e as circunstâncias em que ela costuma aparecer", orienta Célia.
Segundo a neurologista Carla Joeux, da Sociedade Brasileira de Cefaléia, a idéia de que a dor de cabeça é um desconforto, que "faz parte da vida" e pode ser curado por um simples analgésico, está "errada" e leva a automedicação irresponsável.
Sem prescrição médica, diz Carla, a maioria das pessoas toma os analgésicos que querem, aumenta a dose do remédio e consome medicações antecipadamente, para evitar uma crise forte de cefaléia.
"Os analgésicos e outras medicações para o alívio da dor podem perpetuar a cefaléia, que, nessas condições, se torna um problema crônico diário", completa a neurologista.
No caso, da enxaqueca - que é herdada geneticamente e se manifesta por episódios repetidos de dor de cabeça e outros sintomas, como náusea, vômitos e a intolerância à luz - os cuidados com remédios desnecessários devem ser ainda maiores.
"Quem sofre de enxaqueca sabe que a dor é horrível. As crises duram de 4 horas a 3 dias, se não tratadas. Por isso, não adianta tomar um analgésico qualquer, indicado no início de uma dor de cabeça mais fraca. É preciso tratar com cuidado para que a enxaqueca não volte mais", alerta Carla.
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